sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Velocidade: toda a diferença em uma fotografia

Dos três conceitos básicos de fotografia que estamos tratando nessa série, o que mais me fascina particularmente é a velocidade do obturador.

Sabendo trabalhar bem esse conceito, é possível conseguir resultados incríveis. Desde se conseguir registrar um carro de F1 a mais de 300 km/h a ponto de ler as letras de seu pneu, parecendo que ele está parado (como essa foto) até apresentar movimento de um objeto qualquer.

Vamos aos exemplos:



Veja essa imagem:



Para se conseguir uma foto dessa, é necessária a utilização de uma velocidade muito alta. O olho humano não consegue ver isso. Essa foto foi feita com 1/400s ou seja, um segundo dividido por 400! Uma velocidade dessa pra mais (1/500, 1/1000) congela praticamente qualquer movimento. 

Agora, vamos ver o inverso: 

Pincel de luz

Parece mesmo um pincel, rabiscando uma tela, não? E é quase isso. Essa foto foi feita com uma velocidade de 6". Seis segundos com o obturador aberto. Coloquei a câmera num tripé, e deixei o quarto escuro. ISO 200 e abertura f/7.1 

Um celular com a tela acesa, apenas movi a tela apontada para a lente, fazendo um movimento em zig zag. Eis o resultado!

Mais um exemplo de uma exposição relativamente longa (lenta)

1/6s
A ideia desse click foi mostrar o movimento do iluminador do teto. Em contrapartida, as pessoas ficam um pouco borradas, ao dançar o ritmo frenético do Rock dos anos 60

Por último, meu efeito predileto. Chama-se panning, e consiste em acompanhar um sujeito em movimento, fazendo que o fundo fique "riscado". 



1/100s
Não é fácil, o carro aqui está a 200km/h e conseguir acompanhá-lo a ponto de cravar o foco é complicado. Exige um bocado de treino, e dois ou três bocados de fotos indo pro lixo...

Um último comentário que quero fazer com relação à velocidade de obturador é que, se a velocidade for muito lenta e a câmera não estiver apoiada, seja num tripé, numa mesa, ou qualquer coisa que não as suas mãos, é muito provável que a sua foto saia tremida. Existem algumas lentes que reduzem esse efeito. No caso das Nikon, são as que vem a sigla VR. Mas como são mais caras, eu particularmente não tenho nenhuma desse tipo e, sendo assim, uso a seguinte regra:

1/mm

ou seja, se estou com uma lente de 50mm, evito usar velocidades mais lentas que 1/50. Da mesma forma, se estou com uma enorme 300mm, uso sempre algo mais rápido que 1/300. Isso não quer dizer que se eu usar 1/200 sairá tremido de qualquer forma... posso dar sorte ou estar bem treinado a ponto de conseguir, mas de 1/300 pra cima, a chance de tremer é mínima.

Fico por aqui, pessoas! Espero ter sido mais um trabalho útil pra você, e conte comigo para tirar dúvidas (se estiver ao meu alcance) através do comentário aí embaixo.

Novamente, a sequencia dos posts da série de conceitos básicos, até aqui:

  1. Básico do básico
  2. O ponto
  3. Abertura 
  4. ISO 
  5. Velocidade (esse post)


Click!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

ISO: Seu principal mistério


Olha eu aqui de novo!

No primeiro post dessa série dos conceitos básicos de fotografia, eu disse que, se eu fizesse uma foto com oito lâmpadas acesas e ISO 100, teria o mesmo efeito que 1 lâmpada acesa e ISO 800. E eu não estava mentindo. Em termos de luz, é isso mesmo. Se você diminui algo de um lado e compensa no "mesmo tamanho" do outro, a luz fica igual. Isso também vale para abertura e velocidade de obturador.

Assim, com apenas esse conceito em mente, quando eu saía para fotografar era normal deixar todos os parâmetros sempre iguais. Cheguei a deixar o ISO sempre em 800, uma abertura grande e variava somente a velocidade do obturador. Foi aí que eu comecei a apanhar... e quero que você não passe por isso!

Cada um desses 3 ajustes básicos não servem SÓ para limitar a quantidade de luz captada. Cada um tem também algum efeito real na fotografia além da luz, e é isso que vamos ver na prática nesse post. Especificamente, trataremos do que é alterado na qualidade da fotografia com a simples alteração do ISO.

Veja a diferença que existe entre as duas fotos abaixo:

ISO 200


ISO 1600


Basicamente a imagem é a mesma, com (quase) a mesma iluminação, mas com ISO bem mais alto na segunda. As fotos parecem iguais pois compensei na primeira com mais luz de flash. 



O importante a notar é o RUIDO. Se analisar a segunda foto, verá que ela é toda "pintadinha". Isso chama-se ruído...

Conclusão: Quanto maior o ISO, maior o RUIDO.

Portanto, fica a dica: Tente sempre fotografar com o menor ISO possível, para que esse ruido seja menor. E tenha em mente: quanto mais tecnológico (e consequentemente caro) é o sensor da sua câmera, menor será o ruido em ISO alto.


Mais uma vez, caro leitor, espero ter sido claro e didático, mas se tem dúvida, não exite em comentar aí embaixo que tentaremos solucionar!

Caso tenha se perdido na sequencia dos tópicos, aí está:


  1. Básico do básico
  2. O ponto
  3. Abertura 
  4. ISO (esse post)

Click!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Abertura: as diferenças no resultado da foto

Olá, amigo internauta. 

No primeiro post dessa série dos conceitos básicos de fotografia, eu disse que, se eu fizesse uma foto com oito lâmpadas acesas e ISO 100, teria o mesmo efeito que 1 lâmpada acesa e ISO 800. E eu não estava mentindo. Em termos de luz, é isso mesmo. Se você diminui algo de um lado e compensa no "mesmo tamanho" do outro, a luz fica igual. Isso também vale para abertura e velocidade de obturador. 

Assim, com apenas esse conceito em mente, quando eu saía para fotografar era normal deixar todos os parâmetros sempre iguais, e variar somente a velocidade do obturador. Foi aí que eu comecei a apanhar... e quero que você não passe por isso!

Cada um desses 3 ajustes básicos não servem SÓ para limitar a quantidade de luz captada. Cada um tem também algum efeito real na fotografia além da luz, e é isso que vamos ver na prática nesse post. Especificamente, trataremos do que pode ser alterado com a simples alteração da ABERTURA.



Primeiro, quero que você analise essa foto. Caso queira, clique nela para ampliar, depois volte a ler:

Abertura: f/3.5
Fiz questão de fazer a foto em P&B para que se atente apenas no efeito que quero mostrar, sem se distrair com cores, luz, ou qualquer outra interferência. 

Na foto acima, o foco está exatamente na ponta da seta. Veja que, tudo que está mais perto ou mais longe da câmera que o teto da miniatura (a ponta da seta) está fora de foco. O pára-choque do carrinho, o pneu... e todo o resto que está no fundo. Quanto mais longe do ponto de foco, (quanto mais pra frente ou pra trás daquele ponto), mais desfocado está. 

Agora, vamos à próxima imagem:

Abertura f/8
Fechei o diafragma cerca de dois pontos e refiz o click. Percebeu que o carrinho do primeiro plano já está todo em foco? pára-choque, pneus, tudo em foco. Já dá até para perceber que o segundo objeto é outro carrinho, mas ele ainda não tem foco.

A última:

Abertura f/16
Fechei mais dois pontos (se você não sabe o que é fechar um ponto, veja isso) e o foco está praticamente em toda a cena. Os três objetos já podem ser identificados.

Conclusão: Quanto mais aberto o diafragma, mais pontual é o foco. Quanto mais fechado o diafragma, mais amplo é o foco.

Isso tem nome: Profundidade de campo. Uma abordagem um pouco mais técnica sobre esse conceito pode ser vista na Wikipédia.

Espero ter sido claro e didático, mas se tem dúvida, comenta aí embaixo que tentaremos solucionar!

Caso tenha se perdido na sequencia dos tópicos, aí está:

  1. Básico do básico
  2. O ponto
  3. Abertura (esse post)


Click!




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Ponto

Sim, por muito tempo eu não sabia o que era o tal do ponto. Cansava de ler os termos:

  • aumenta um ponto
  • fecha um ponto
  • compensa um ponto positivo
Mas que ponto era esse? Apanhei pra descobrir, e não quero que o meu leitor apanhe também.

Antes de explicar, é necessário que você já saiba o que é ISO, abertura, e velocidade, que eu expliquei aqui

Então vamos a um caso clássico: Você fotografou algo que é branco e a máquina registrou aquilo em cinza. Ela está louca? Não... é uma tendência natural da "inteligência" da câmera. Com esse caso, você pergunta a alguém mais experiente e ele te responde: Aumenta um ponto...

Como fazer isso, ou antes, o que significa isso?

Vamos pensar: Se aquilo é branco e foi registrado em cinza, podemos concluir que entrou menos luz que o suficiente para registrar corretamente, certo? Então, para corrigir, é necessário aumentar a quantidade de luz que se quer registrar. 

Aumentar um ponto nada mais é que dobrar a quantidade de luz a ser capturada em sua fotografia. Vamos pensar nos dados desse nosso caso hipotético?

O objeto branco ficou cinza com:
  • ISO 200
  • 1/1000s
  • f/11
Se aumentar um ponto é dobrar a quantidade de luz, podemos fazê-lo de 3 maneiras:

  1. Aumentando o ISO, fazendo que fique mais sensível à luz. No caso para 400
  2. Diminuindo a velocidade do obturador, no caso para 1/500s
  3. Abrindo o diafragma. ...e esse item eu vou precisar detalhar mais:
Para abrir o diafragma de modo a entrar o dobro de luz, a relação não é matematicamente direta, multiplicando ou dividindo o número por dois. Caso faça isso, você estará mudando 2 pontos em vez de um. Isso ocorre porque essa abertura é determinada por um objeto no formato de círculo, e (aula de matemática) esse tal de círculo envolve um fulano chamado PI (π) e isso muda tudo... Para não fundir a cuca, a tabela de aberturas abaixo ajuda bastante:

f/1 – f/1.4 – f/2.0 – f/2.8 – f/4 – f/5.6 – f/8 – f/11 – f/16 – f/22 – f/32

sendo que f/2.0 tem o dobro de luz que f/2.8, que tem o dobro de luz que f/4, que tem o dobro de luz que f/5.6 que tem...... entendeu?

Então, no nosso exemplo, se f/11 trouxe o branco como cinza, mudaria para f/8

... e assim, você aumentou um ponto. O mesmo vale ao contrário. 

Mas minha câmera é toda automática, não tem como corrigir esses valores...

Tem sim. Até celular, do mais chulé,  tem. Procure uma configuração chamada EV. Nesse caso, coloque o EV em +1 que dará o mesmo efeito!

Ainda em dúvida? Comenta aí embaixo que tentaremos solucionar!

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fotografia: O básico do básico

No início, Deus criou o Céu e a Terra... Não! não tão no início...

No início dos meus estudos, em todas as mídias que eu lia, esbarrava em termos como obturador, diafragma, distância focal, ISO, e tantos outros. Abaixo, um pequeno guia do que é necessário saber antes de se iniciar estudos sobre fotografia. Eu não tive isso, apanhei para descobrir cada um. E não quero que você passe por isso, então lá vai:
  • Olha no espelho. Olhe no seu olho. sabe aquela bolinha preta que tem bem no centro, que dilata e contrai conforme a quantidade de luz? Pois é. Toda lente fotográfica tem essa mesma "peça". Chama-se diafragma. É fácil entender que, quanto mais fechado está o diafragma, menos luz temos para a foto, certo? Assim como o olho... Quando se está num local bem escuro, a íris (bolinha preta) fica bem grandona, bem aberta pra captar a maior quantidade de luz possível. Em fotografia, a abertura pode variar mais ou menos entre f/0.8 (bem aberta, muita luz) e f/22 (bem fechada, pouca luz)
  • ISO. Você vai ver muito falar sobre isso (trocadilho à parte). Define quanto um filme (ou sensor, no caso de fotografia digital) é sensível a luz. Para resumir, um ISO 800 é oito vezes mais sensível que um ISO 100. Sendo simplista, imagine a seguinte situação: você tem um objeto a ser fotografado. Coloca a sua câmera em ISO 100, liga 8 lâmpadas iguais, faz a foto e ela fica perfeita. Para se ter (teoricamente) o mesmo resultado dessa foto com apenas uma lâmpada acesa, é necessário usar ISO 800. 
  • Velocidade de Obturador: é o tempo que a máquina expõe o filme (ou sensor) à cena. Sabe o barulhinho de click da câmera? É o obturador que faz! Quanto mais rápido o click, menos luz é registrada. No mesmo exemplo anterior, se eu fiz a foto com oito lâmpadas e ela ficou boa com uma exposição de um décimo de segundo, se eu deixar acesa apenas uma lâmpada, precisarei de um obturador mais lento, teoricamente 8 décimos de segundo.
Juntando tudo: 

Se eu fizer uma foto perfeita com ISO 200,  abertura f/5.6 e velocidade de 1/1000s  conseguirei repetir exatamente o mesmo resultado com ISO 100,  abertura f/5.6 e velocidade de 1/500s

Claro que existem prós e contras de se usar cada um dessas três configurações, mas isso eu conto num outro post, caso por caso.

Ficou na dúvida? use o comentário logo abaixo para saná-la!

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Um início...


Esse blog nasce não agora. Nasce provavelmente no ano de 1992, perto disso. Meu irmão chega em casa certo dia com uma máquina fotográfica reflex de filme (claro, naquela época nem se imaginava fotografar digitalmente) e a quantidade de controles e configurações me chamou a atenção. O flash grande, sobre a câmera também impressionava. Pesava... era diferente de tudo que eu já havia manuseado. Já tinha visto em TV coisa igual, mas ali, na mão, era diferente. E proibido... No auge de minha pré-adolescência, eu era impedido de ter aquilo na mão. Ele não se aprofundou na fotografia, e se desfez da câmera tempos depois. Mas deixou uma semente aqui, e ela germinou em 2007.


Foi lá pro meio desse ano de 2007 que a possibilidade de viajar ao exterior aconteceu, e incluí a compra de minha DSLR nos planos. Final do ano, trouxe a câmera, lentes, e o sonho começava. Virou o ano, e 2008 foi dedicado a estudar muito, e fotografar mais ainda. Fotografava de tudo. Onde estava, a Nikon estava junto. Nasce, na família, o apelido Miagi. Apesar de nada oriental, comparavam-me aos turistas japoneses, que sempre andam com máquinas enormes a tiracolo. Pegou. Durante os estudos, iniciei um grupo no flickr que hoje tem mais de dois mil usuários, e chegando a 50 mil fotos no mural.

Já sabendo algo de fotografia, os primeiros dias de 2009 foram dedicados a conseguir um credenciamento para ter a possibilidade de fotografar automobilismo (outra paixão de criança). Deu certo. Nasce o automobilismopaulista.net que, até hoje, é o maior consumidor de fotografias da mC7.

E assim, a coisa vai crescendo. Aparecem naturalmente, oportunidades de fotografar eventos. Eventos relacionados a automobilismo, casamento de um ou outro amigo aqui, aniversário de outro ali, e existe a necessidade de se criar uma marca. Surge a mC7 em setembro de 2010. Com isso, o portfolio começa a ser criado, hoje um pouco mais completo, porém com muito a ser desenvolvido.

E agora o blog. Vem para somar àquele primeiro passo, em 1992. Vem para ser um canal de comunicação com o mundo. E vamos que vamos!

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